sábado, 19 de dezembro de 2009

Amar, verbo opcional

Com todos é assim: amor é algo que a gente conquista. Menos com Deus que nos mandou (entre outras 9 ordens) amá-lo sobre todas as coisas.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Quando o Jack ficou puto

Hoje entendo perfeitamente a reação do Jack Torrance quando ele quis dar uma de escritor, mas não conseguiu produzir nada.

domingo, 9 de agosto de 2009

A verdadeira razão da sorte no 7

Como todos sabem, o sete é considerado o número da sorte, além de ser o número sagrado e perfeito de religiões como o cristianismo e o judaísmo. O que ninguém sabe é de onde vem essa crença. Após muito pesquisar, finalmente encontrei a resposta e compartilho agora essa magnífica descoberta com os três leitores do meu blog.

Certa feita, Deus brincava com seu joguinho de tabuleiro favorito - o universo - e ao jogar os dados (pois é, Einsten estava errado) não caiu o número que Ele queria. Conseqüentemente, certa peça chamada Adão, parou na posição “Coma uma maçã”. O Senhor ficou tão P da vida, que acabou sobrando para Adão e uma mulher que estava lá com ele no momento.
Passado o estresse, o Todo-Poderoso começou a analisar atenciosamente aqueles dois dados e chegou a uma conclusão matematicamente divina: a cada jogada, o mais provável é que saia justamente o número sete. OK, caro leitor. Eu espero 3 minutos para você fazer a conta.
[...]
Como eu estava dizendo: o Criador ficou tão feliz, mas tão feliz com tal descoberta, que se apaixonou pelo número. Depois de uns séculos, Ele começou a contratar escritores para que desenvolvessem um manual com as regras do seu brinquedo e pediu que enfatizassem a importância do sete. Concluída a obra, o Divino a publicou mundialmente sob o nome de Bíblia. Dado que esse livro se transformou em um gigantesco sucesso de vendas, muitas pessoas passaram a pensar da mesma forma que Deus, chegando ao ponto até de associar a sorte com o número sete.
Bem depois do lançamento do best-seller citado anteriormente, um homem genial cujo nome é desconhecido resolveu, após muito filosofar, presentear a humanidade com uma teoria numérica equivalente àquela do Onipotente e concluiu: no lançamento simultâneo de dois dados, a probabilidade de se obter o número 13 é zero. Portanto, se 7 é o número da sorte, 13 é o número do azar.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Virgilio Vettorazzo

Vá! Voe!
Você verá vegetações, ventos, vidas.
Vislumbre vigorosos verões.
Viaje. Visite vilas venezuelanas.
Varie volúpias: virgens, vulgares, vorazes, valiosas, vãs...
Viva vitoriosamente.
Victor, Valentina, Vladimir...vários vibrarão venerando você.
...
Velho Virjão, você volta?


A um amigo ermitão.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Cada um no seu quadrado

O ônibus que vai de Petrópolis a São Paulo comporta exatos 42 passageiros. Se minha matemática não falha, a probabilidade de um(a) filho(a) de meretriz sentar-se exatamente ao meu lado é bem pequena. Entretanto, em 1947 Edward A. Murphy inventara uma lei que fez com que a última viagem do tal ônibus seguisse madrugada a fora com uma única luz acesa: a da poltrona ao meu lado.

Voltemos uma hora no tempo...

Sentei-me no lugar em que minha passagem mandava e logo tratei de acomodar-me. Por volta de 5 minutos depois, uma mulher mal-acabada de meia-idade (doravante denominada Tia Mofada) parou e fitou o número em cima de minha cabeça. Sem pensar muito, jogou-se no assento ao meu lado e não fez questão nenhuma de evitar que sua imensa sacola voasse em direção ao meu rosto. Obviamente a Tia Mofada não fazia conhecimento dos verbetes “licença” e “desculpa”. Eu pensava em ensinar-lhe tais vocábulos e mais uns calões carroceiros quando o motorista veio dar seu habitual recado sobre cintos de segurança e água ao fundo do veículo.

Em seguida o ônibus partiu e as luzes se apagaram. A Tia Mofada, que há pouco começara a ler um livro, esticou com certo esforço seu braço direito para acender sua lâmpada individual. Uma mistura de cheiro de suor com armário fechado há anos formavam o aroma que deu o adjetivo à nossa protagonista. Passados os efeitos do envenenamento que sofri, pude contemplar a sacolona entre suas pernas que invadiam meu espaço e seu cotovelo que cutucava minha saliência abdominal nutrida a colesterol e sedentarismo. “Sugiro que a senhora mova sua sacola um pouco para trás, para dentro de seu cu!”, ordenou meu cérebro à minha boca, mas infelizmente meu bom senso tem poder de veto.

Para deixar a noite ainda mais agradável, um casal (certamente formado por uma proxeneta e um travesti) conversava tranquilamente como se estivessem em um botequim. E assim a situação prosseguiu até que a Tia Mofada chegou ao capítulo 5 “A surpresa de Nestor”, fechou o livro, apagou a luz e logo começou a roncar.

Minha repulsa não é apenas contra a Tia Mofada ou o casal de desgraçados. Mas também contra o celular no meio do filme, o adolescente babaca ouvindo música alta no ônibus, o motorista que não pára na faixa de pedestres e toda essa escória que sempre incomoda quem está por perto.

Pois é...talvez tenham razão e eu esteja mesmo ficando velho e chato. Mas não estou velho o suficiente para esquecer-me da Tia Marli e suas aulas de educação moral e cívica na quarta série: “O seu direito termina onde começa o do próximo”.